domingo, 22 de abril de 2012

INFANTIL: O menino que tinha uma montanha


Esta história conta mais uma vez sobre amizade e imaginação!
Foi escrita em 2009 e não sei como surgiu coragem agora para 
eu demonstrar este meu lado. 
Se é bom, eu não sei, se irá agradar, muito menos. Mas é muito bom poder ter um espaço onde despejar meu mundo criativo e único, que poucos conhecem ou desconfiam.
Escrevo desde uns 9 anos e sempre tive muita vergonha de mostrar qualquer linha... mas o mundo atual é tão democrático, que já é possível encontrar composições, músicas, desenhos,  histórias, criações boas e ruins em blogs, sites, videos, etc.
Então, vamos lá, é hora de dar a cara à tapa!
Boa leitura!
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O menino que tinha
uma montanha
Era uma vez o Toninho, ele era muito esperto para sua idade, mas meio esquisito.
Os outros meninos cismavam por chamá-lo de 'Toninho cabeça de vento'! Adivinhem por quê? Isso mesmo! Você também é esperto! Ele vivia sonhando acordado e falando cada coisa! Mas, de certo, sua imaginação era incrível!
Seus avós adoravam e não viam problema algum, até incentivava! Acreditavam que um dia ele poderia virar até um escritor ou contador de histórias.
A última dele era que uma velha sábia o dera um presente muito valioso: uma montanha!
Isso mesmo! Uma montanha de verdade, que ele dizia carregar para cima e para baixo, com muito cuidado e zelo.
Vó Nina dizia para sua filha que pelo menos Toninho iria ficar forte de tanto carregar a tal montanha, pois esta deveria ser pesada o suficiente para fazer seus músculos enrijecerem.
Dona Lia começava a duvidar da sanidade dos pais, idosos e até então aparentemente lúcidos, a pesar da idade avançada.
Vô Nhô perguntava ao seu neto:
- Toninho, olha que árvore linda! Quer que eu o traga para enfeitar sua montanha?
- Não vô, acho que minha montanha está bem do jeito que ela é. Obrigado!
E com isso, Toninho nunca se sentia só. E, quando os meninos maiores da rua debaixo tiravam sarro da cara dele, a tal montanha o dava forças e coragem para enfrentá-los.
- Podem falar o que quiserem! Isso é pura inveja porque sou o único que possui uma montanha de verdade!
Zeca, seu melhor amigo, quis saber da novidade. Achou que Toninho iria falar toda a verdade, pois eram amigos há 3 anos! Isso pra ele era uma eternidade!
- E aí, Toninho... qual é da paraaaaada? – Zeca só falava assim, enfatizando algumas palaaaaavras... achava que era "o" cara falando assim.
- Hm... nada. Nada de novo.
- Vai me dizer que você ganha um presentão desse que o povo ta falaaaando e nem vai me mostraaaar, cara pálida?
- Promete que você não vai rir?
- Claaaaro, pô! Duvida do seu parceeeiro, é?
E Toninho levou sua mão direita ao seu bolso direito, com todo cuidado possível, como se fosse pegar uma joia rara.
A tal joia era uma montanha, lisa, dura, mas enorme! Não havia muita vegetação por ali, mas reluzia aos raios solares daquele lindo dia de sol.
Nunca se vira tão linda  e reluzente joia!
Zeca e Toninho brincaram o dia inteiro, subindo na montanha, escalando-a e saltando, até lá do topo e caindo em águas cristalinas do lago azul que se via lá de cima.
Pensou em alugar umas asas delta, mas iria gastar toda sua mesada e preferiu a queda livre mesmo. Dá uma sensação de liberdade incrível.
O vento batendo em seu rosto, seus braços criando vibração como se fossem asas prestes a acariciar o ar e a imensidão azul.
Quando o Sol se despedia dos dois, Toninho resolveu guardar a montanha. Pegou-a com todo cuidado e a colocou em seu bolso direito. Afinal, o da esquerda estava descosturado e poderia perder para sempre este presente grandioso.
Zeca e Toninho saíram do campinho em direção ao lanche que, com certeza, estaria pronto em cima da sua mesa: um bolo de cenoura e chocolate preparado com esmero pela sua avó. Com certeza o maior pedaço será pro Zeca, afinal ele era o mais guloso.
É, nunca se vira tamanha joia.
Na verdade, não estou falando da montanha, mas sim do amigo.
Zeca era um amigo de verdade.
E a tal montanha: uma pedra. Bela, sim, valiosa, não.
Mas Toninho era o bem mais valioso que Zeca poderia ter e a amizade sincera faz com que a vida seja uma gostosa brincadeira, de faz de conta, de ilusões e de muita criatividade!
PERCILIANA CASTRO (2009)

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