quinta-feira, 15 de novembro de 2012

INFANTIL: O dom das palavras

“Era uma vez uma menina muito especial. O seu nome era Angélica.
Angélica era dotada de um dom: a palavra.
Muitas crianças viam uma luz vibrante, quando ela simplesmente abria a boca. Seu sorriso então...  ofuscava nossos olhos! E, por isto, aos poucos, começou a ter uma legião de fãs.
Muitos começaram a segui-la e tentava ouvi-la.
Sim, tentava! Sabem por quê?
Muitos não conseguiam compreender bem as palavras!

Alguns apenas visualizavam uma luz brilhante. Outros uma onda de estrelas azuis. Poucos, apenas um sussurro, mas com aroma de rosas. Alguns adultos pensavam estar hipnotizados e, com medo, se afastavam dizendo que ela era uma bruxinha. (Na verdade, os adultos tem medo é mesmo do desconhecido, não é?)

Angélica era pura. Inocente e se preocupava muito com os outros. Sua bondade nunca incomodava quem ela ajudava, porém aqueles que ela ainda não tinha ajudado de alguma maneira, muitas vezes porque na verdade não precisavam, sentiam mesmo era inveja e começaram a falar mal dela.

Inventaram um monte de histórias... escabrosas! Que ela vivia num castelo mal assombrado, cercado de morcegos e tinha sido criada por uma bruxa má.
Mas as crianças, principalmente, e adultos de alma pura perceberam que não podiam estar falando da mesma pessoa.

Angélica não fazia nada de caso pensado, apenas tinha este dom. E compartilhava sua alegria e sabedoria no mundo das palavras.

O poder das palavras – boas, sábias, que nos fazem crescer e pensar – juntamente com boas ações, sempre vencem historinhas sem fundamento e maldosas.

A fofoca e a intriga fazem parte destas historinhas de invejosos que não conseguem compreender a força das boas ações.

Não é a toa que Papai Noel, as Fadas Madrinhas, os Anjos da Guarda, ajudam de bom grado e presenteiam as pessoas puras e de bom coração.
A vida pode ser muito mais leve e bonita quando compartilhamos a alegria, com a pureza da alma.

Angélica não viveu muitos anos conosco; ela virou uma estrelinha muito brilhante no céu, mas inspirou muitas outras pessoas a agirem de forma sábia e bondosa, ajudando ao próximo e amando os seus semelhantes!

As palavras tem poder, assim como suas ações! 

Este dom pode vir em muitas pessoas, naturalmente, mas podem fazer parte da vida de quem realmente acredita no valor e na importância delas! 

É um exercício de compartilhamento não só de ideias, ideais e informações.
É um exercício de amor a si mesmo e as outras pessoas que vivem ao nosso redor!

Desta maneira, venho passar para vocês, hoje, algumas das poucas palavras que eu consegui compreender com a Angélica, em uma manhã nublada e sem graça.

Eu estava triste, de cabeça baixa, pensando que minha vida era toda errada. Que estava de ponta-cabeça.

Ela com aquele sorriso encantador, soltando notas musicais cheias de floreios, disse-me tantas palavras que se resumiam neste significado, para mim: acredite em você mesma e passe adiante!

Eu, emocionada, decidi naquele momento ser escritora.
E compartilhar todos meus sentimentos, ideias, tristezas e angústias, com o dom da palavra e tentar tocar o seu coração.

Por que você também não se abre para o mundo, liberta seu coração e seus pensamentos? 

Transborde intensamente estas emoções em uma folha de papel?
Então, só tenho que desejar a você: Boa sorte e acredite em você!"

Perci Castro, 2012.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

INFANTIL: O Gato Gaiato

"Gaiato,
calado gato
bamboleia, se chega de mansinho, vai.
Saboreia, cheio de charme,
cambaleia entre as pernas e sai.

Cambalacho baixo, sai gato!
Se esperneia, espremido em baixo da saia,
se espreguiça, estica e de mansinho, vai.

Afaga, devagar...
Ganha fama e faz deitar,
rola rola em cima da bola...
ganha bola e se enrosca na lã.
Sai debaixo, desenrola do divã,
ganha manha e só sai pela manhã."
Perciliana Castro, 2012.





terça-feira, 24 de abril de 2012

POESIA: Caminhos


Caminhos
No meio do caminho, desviei.
Olhei, parei, sonhei...
No meio do caminho, voltei.
Desfiz, errei, chorei.
No meio do caminho, simplesmente sentei.
Cansei, desisti, fingi...
No meio do caminho, sofri
Como se ninguém jamais sofresse;
Como se ninguém jamais sonhasse;
Como se ninguém jamais errasse e desistisse de viver...
No fim do caminho, desisti finalmente foi de errar.
E no caminho, voltei e comecei tudo de novo,
Como se ninguém me visse errando, sofrendo, chorando
Levantei e tentei viver normalmente,
No meio, no fim ou no começo do caminho,
Perdoei meus erros e fui vivendo as minhas glórias, minhas perdas e vitórias...
E, finalmente, eu apenas vivi.

Perciliana Castro – 24/09/10.
foto de Perciliana Castro (2011)

domingo, 22 de abril de 2012

INFANTIL: O menino que tinha uma montanha


Esta história conta mais uma vez sobre amizade e imaginação!
Foi escrita em 2009 e não sei como surgiu coragem agora para 
eu demonstrar este meu lado. 
Se é bom, eu não sei, se irá agradar, muito menos. Mas é muito bom poder ter um espaço onde despejar meu mundo criativo e único, que poucos conhecem ou desconfiam.
Escrevo desde uns 9 anos e sempre tive muita vergonha de mostrar qualquer linha... mas o mundo atual é tão democrático, que já é possível encontrar composições, músicas, desenhos,  histórias, criações boas e ruins em blogs, sites, videos, etc.
Então, vamos lá, é hora de dar a cara à tapa!
Boa leitura!
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O menino que tinha
uma montanha
Era uma vez o Toninho, ele era muito esperto para sua idade, mas meio esquisito.
Os outros meninos cismavam por chamá-lo de 'Toninho cabeça de vento'! Adivinhem por quê? Isso mesmo! Você também é esperto! Ele vivia sonhando acordado e falando cada coisa! Mas, de certo, sua imaginação era incrível!
Seus avós adoravam e não viam problema algum, até incentivava! Acreditavam que um dia ele poderia virar até um escritor ou contador de histórias.
A última dele era que uma velha sábia o dera um presente muito valioso: uma montanha!
Isso mesmo! Uma montanha de verdade, que ele dizia carregar para cima e para baixo, com muito cuidado e zelo.
Vó Nina dizia para sua filha que pelo menos Toninho iria ficar forte de tanto carregar a tal montanha, pois esta deveria ser pesada o suficiente para fazer seus músculos enrijecerem.
Dona Lia começava a duvidar da sanidade dos pais, idosos e até então aparentemente lúcidos, a pesar da idade avançada.
Vô Nhô perguntava ao seu neto:
- Toninho, olha que árvore linda! Quer que eu o traga para enfeitar sua montanha?
- Não vô, acho que minha montanha está bem do jeito que ela é. Obrigado!
E com isso, Toninho nunca se sentia só. E, quando os meninos maiores da rua debaixo tiravam sarro da cara dele, a tal montanha o dava forças e coragem para enfrentá-los.
- Podem falar o que quiserem! Isso é pura inveja porque sou o único que possui uma montanha de verdade!
Zeca, seu melhor amigo, quis saber da novidade. Achou que Toninho iria falar toda a verdade, pois eram amigos há 3 anos! Isso pra ele era uma eternidade!
- E aí, Toninho... qual é da paraaaaada? – Zeca só falava assim, enfatizando algumas palaaaaavras... achava que era "o" cara falando assim.
- Hm... nada. Nada de novo.
- Vai me dizer que você ganha um presentão desse que o povo ta falaaaando e nem vai me mostraaaar, cara pálida?
- Promete que você não vai rir?
- Claaaaro, pô! Duvida do seu parceeeiro, é?
E Toninho levou sua mão direita ao seu bolso direito, com todo cuidado possível, como se fosse pegar uma joia rara.
A tal joia era uma montanha, lisa, dura, mas enorme! Não havia muita vegetação por ali, mas reluzia aos raios solares daquele lindo dia de sol.
Nunca se vira tão linda  e reluzente joia!
Zeca e Toninho brincaram o dia inteiro, subindo na montanha, escalando-a e saltando, até lá do topo e caindo em águas cristalinas do lago azul que se via lá de cima.
Pensou em alugar umas asas delta, mas iria gastar toda sua mesada e preferiu a queda livre mesmo. Dá uma sensação de liberdade incrível.
O vento batendo em seu rosto, seus braços criando vibração como se fossem asas prestes a acariciar o ar e a imensidão azul.
Quando o Sol se despedia dos dois, Toninho resolveu guardar a montanha. Pegou-a com todo cuidado e a colocou em seu bolso direito. Afinal, o da esquerda estava descosturado e poderia perder para sempre este presente grandioso.
Zeca e Toninho saíram do campinho em direção ao lanche que, com certeza, estaria pronto em cima da sua mesa: um bolo de cenoura e chocolate preparado com esmero pela sua avó. Com certeza o maior pedaço será pro Zeca, afinal ele era o mais guloso.
É, nunca se vira tamanha joia.
Na verdade, não estou falando da montanha, mas sim do amigo.
Zeca era um amigo de verdade.
E a tal montanha: uma pedra. Bela, sim, valiosa, não.
Mas Toninho era o bem mais valioso que Zeca poderia ter e a amizade sincera faz com que a vida seja uma gostosa brincadeira, de faz de conta, de ilusões e de muita criatividade!
PERCILIANA CASTRO (2009)

INFANTIL: Cidade dos Elefantes

Outro dia, descobrindo que não poderia usar o pátio para dar aula, fui criando esta história para as crianças de Educação Infantil.
No início, pensei que seria uma construção conjunta, mas a imaginação correu solta e não consegui me controlar... hehe.
A original, que foi criada ali na hora, ficou muito melhor! Só consegui tempo hoje (6 dias depois!) para tentar lembrar a essência da história.
Acho que vale pelo registro do momento e um toque de "moral da história", onde nem sempre o que desejamos é o que os outros querem e acham o melhor.
A 'cidade dos elefantes' conta com uma maldição e uma nova e inusitada amizade.
Uma simples e rápida história para iniciar meu caminho de aventuras e imaginação!
Boa leitura!
Perci.
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terça-feira, 3 de abril de 2012

Iniciando minha 'Sopa de letrinhas'

Este é um espaço para mostrar um pedacinho de mim que pouca gente conhece: o meu mundo das palavras.
Desde cedo, gosto de ler, escrever, desenhar, representar e criar.
Sou uma pisciana que adora e respeita o mistério, mas o teme. Adora a fragilidade, mas não a revela. Que preferiria uma vida de imaginação e ilusão do que os problemas do cotidiano.
Sou uma pessoa, assim como você, que chora, ri, grita, briga, luta, desiste, renova, reinventa e sonha. Sonha muito! 
Sonho com um mundo melhor, sonho com leitores mais exigentes, com pessoas mais dignas e sadias mentalmente. Sonho com um tempo onde a política não seja restringida a meia dúzia de vampiros, sedentos de poder e ambição. Sonho com a cooperação e a necessidade real de ver o outro feliz.
Do mesmo jeito que amo, eu posso odiar. Da mesma maneira que estou no céu, eu posso cair. Da mesma forma que me sinto realizada, falta alguma coisa. Sempre.
Sou assim. Como o mar: às vezes verde, às vezes azul. Por vezes agitado, por vezes calmo. Mas na maioria das vezes, sou clara, cristalina. Difícil compreender, desvendar, mas tão simples e fácil de ler. Tento apenas ser eu, mesmo sem querer. Não consigo fugir do que sou, então vou apenas assumir.
Posso ter apenas o meu olhar nessas páginas que hei de publicar, pode este blog virar apenas um pequeno diário de confissões e desabafos; um maneira de transbordar meus sentimentos, via web.
Acho que assim fica mais fácil, do que em um divã. Aquela pessoa conhecendo cada centímetro de sua alma, tentando fazer com que eu me encontre e me ame.
Eu não preciso me encontrar, já estou aqui. Revelando minhas palavras a quem quiser ouvir... e ler, claro!
Seja bem-vindo!
Perciliana Castro